segunda-feira, 29 de junho de 2009
Eu não presto. Sou vida fácil, vida solta louca do meu cu. Uivando nas ruas, espalho o gozo do meu cio nas bocas das moças desafortunadas, de bandida vida, boêmia. De vermelho-sangue, demarco o território com batom no ombro dos paletós dos ingênuos nas pistas girantes. A solidão me basta num copo de gin. E faço do meu corpo parque de diversão das crianças iniciadas nos delírios das paixões. Escolho um lugar secreto para viver a morte do que endurece por dentro, invade, sangra e late. Sou a cachorra que morde até o grito, que berra até ficar rouca, a vadia no ar até a rigidez do amor. Nas bocas do lixo me reciclo, me alimento do excremento que jorra do homem sujo, sou o alvo da metralhadora do desejo. Sou uva na boca das bocetas. Sou o que coloca de quatro numa ménage à trois, sou o que fode por trás, explorador das vulvas encharcadas de delírio, bebo e me embriago com a doce dor do sangue da violência do meu pau depois de bater fundo no útero das fêmeas noturnas. Primitiva, me lanço a cavalgar por cima, amazona que cruza com centauros vagabundos relinchando de prazer. Sou paga com a porra que escorre da boca daquelas que se atrevem a engolir. Bebo num beijo de gosma e cuspo na carne fria do homem que acaba de gozar. Sou a terceira da brincadeira. A primeira a sair. Despedaço-me, desarmo, desiludo me monto e sumo.
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